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quinta-feira, 30 de maio de 2013

O CREDO DO ATEU





Que me perdoem os deuses, mas sou ateu. 
Nasci ateu. 
Eles me batizaram com um nome que agora é meu, mas nunca deixei de ser ateu. Não acredito que haja um ser detentor de todo o poder e de toda a sabedoria. Dono da vida e da morte e que seja tão perfeito em sua crueldade e tão cruel em sua perfeição. Por que nos deixar saber de sua existência? Apenas para se vangloriar de nossa inexistência? Pois eu existo, ele não. Ele é abstrato – substantivo abstrato – só existe se eu o inventar, mas eu não o invento. Que me perdoe o senhor, mas eu sou ateu. Ateu. 
Amém!

Os servos do senhor, seguidos por um Moisés eleito sem segundo turno, fugiram. E com a força de suas palavras  abriram o mar vermelho, que era branco antes de sangrar. Atravessaram suas águas enquanto os peixes, os tubarões e as baleias assistiam a tudo comendo pipoca. Na frente ia Moisés com um GPS, logo em seguida vinha Jesus Cristo e atrás dele Pedro Álvares Cabral. Logo chegaram ao Brasil, que ainda não se chamava Brasil. Ainda era pagão este país todo. Pra cá vieram então os generosos enviados do Senhor para a salvação do (ouro) nativo. Um outro Pedro quis ser imperador. Foi. Cansou-se. Foi-se embora. Abriu as águas do mar como fez Moisés e caminhando calmamente se foi. 

Finalmente chegou o presidente do povo, eleito pelo povo para governar para o povo. Mas a verdade é que apesar de tudo isso, continuo ateu. Tão ateu quanto quando nasci, pouco antes de Moisés se encontrar com George Bush para organizarem uma festa de Reveillon na antiga Babilônia. Até parece que sou crente. 
Deus me livre crer em Deus!
Não acredito em uma palavra que saia das bocas daqueles que se dizem seus pregadores, seus servos. Não. Deixe que o Deus daqueles que acreditam em Deus lhes castigue e lhes condene ao purgatório. 
Eu como não creio, creio que estou salvo. 
Amém!





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