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segunda-feira, 17 de junho de 2013

O POLITIQUEIRO DE MERDA

Fico pensando nos anos que passei quieto. Calado em absoluto silêncio. Ao meu redor, via pessoas discutirem política, gritarem suas opiniões e eu me calava, simplesmente. E me calava porque não sabia nada. Não lia nada, não me interessava por política. Até o dia que percebi que não saber nada, que não opinar era escolher um lado sem perceber, e pior, era escolher o lado podre, o lado ruim. Quem se omite politicamente engrossa o caldo dos que não prestam. Quem se cala concorda com tudo de ruim que aí está. 

Mas, por outro lado, é tão melhor ficar calado do que falar besteira!

Como é melhor ficar calado. Só comecei a falar quando comecei a ler a respeito. 
Assinei os dois "maiores" jornaizinhos de São Paulo. Assinei revistas e comecei a ler, modestamente. Lá no Paraná, ainda, durante o Mestrado, assinava revistas mais cults, mas aqui, assinei revistas políticas, mesmo. Depois vi que estava patrocinando o lixo. Desassinei. Continuei me informando por aqui, pela net. Buscando neutralidade, buscando o avesso do que aparecia na mídia. Demorei, mas hoje digo as coisas com um pouquinho mais de fundamento - pouquinho ainda. Apresento argumentos que vão além do 'achismo', além do 'globismo', além do 'vejismo' e, principalmente além do 'maria-vai-com-os-outrismos'. 
Percebi que, ainda pior que ser apolítico é ser polítiqueiro de merda. É reproduzir discursinho aleijado, capenga, meia-boca... gente que não lê ou que lê muito mal, que lê qualquer coisa... qualquer coisa, mesmo, nível de PC, 50..., Cre... enfim, coisas que, honestamente, desabilitam tais pessoas de uma discussão mais séria.

O problema do politiqueiro de merda é que ele assiste ao noticiário do canalzinho da elite (geralmente o politiqueiro é pobre, mas acha que não é) e sai dizendo besteira. Por exemplo, sai criticando o governo federal porque é isso que o canalzinho de merda, também, faz. Mas sem nenhuma fundamentação sólida. Não tem argumentos que ultrapassem o senso comum, o lugar comum, o globismo, enfim, a mediocridade. Aí surge o fanatismo imbecil e imbecilizante do politiqueiro de merda, porque você apresenta a ele argumentos, números, estatísticas, comparações, proporções, porcentagens e de nada adianta, porque cego, alienado e estúpido feito a pomba lesa no jogo do xadrez, o politiqueiro de merda ignora seus argumentos e continua achando a mesma merda que achava antes. 

E sabe por quê? 
POR PREGUIÇA. 
Preguiça de ler. Preguiça de pensar. Preguiça de mexer-se um pouco da cadeira, sair um pouco da autoajuda, do videogame, da novela, do futebol e pesquisar de verdade e ler de verdade, porque o conhecimento não está mais inaccessível como era na Idade Média. Ele agora está ao alcance de todos, só exige que o busquemos.
Mas o politiqueiro de merda é uma merda, mesmo, porque ele é preguiçoso, ele é burro, é papagaístico, repete ideias dos outros. Fala do que não sabe, generaliza, superficializa, despersonaliza, enfim, vulgariza o conhecimento. 
O pior é quando este politiqueiro de merda tem até nível supeior, aí é de querer rasgar o nosso diploma, não é? Ou o dele.

Política não é necessariamente política partidária. Política é relação humana, relação social. Ser político é estabelecer contato com o outro, é promover o bem comum e o desenvolvimento coletivo. O partido é uma entidade ideológica que não é homogênea, infelizmente porque nós não somos homogêneos, graças a Deus. Antes de sermos partidários, é preciso sermos políticos. E antes de sermos políticos, é preciso ler. Sem leitura não há condição mínima de diálogo, de discussão inteligente. A pomba lesa papagaística politiqueira de merda fanática vai responder qualquer coisa e se sentir vencedora da discussão, exatamente como faziam os sofistas. Passaram-se milênios e apesar dos muitos Sócrates que, graças a Deus, hoje há por aí, parece que a voz estúpida dos sofistas ainda insiste em querer se fazer ouvir. 

Ainda falo muita coisa errada, ainda falo muita merda e ainda me calo muito. Porque ainda há muita coisa que não sei e, como eu disse no começo deste texto-desabafo: calo-me quando não sei, para evitar ser mais um politiqueiro de merda por aí a falar besteira, a passar vergonha e a envergonhar os outros.




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